Continuando nossa série sobre a relação entre a atividade física e o câncer, hoje abordaremos a prática de atividade física durante o tratamento oncológico.
Primeiro, vamos definir o termo sobrevivente, muito utilizado quando falamos sobre câncer e seus desdobramentos.
Uma pessoa é considerada sobrevivente a partir do momento em que ela recebe o diagnóstico até o fim da vida. Essa fase é dividida em três momentos: o pré, o durante e o pós-tratamento. Em cada uma dessas etapas a atividade física cumpre diferentes papéis, e é exatamente sobre isso que iremos falar.
O pré-tratamento corresponde ao tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento. Em média, leva de 40 a 60 dias. A opção por uma atividade física neste momento tem como principal objetivo condicionar ou preparar o corpo para a carga de stress que irá enfrentar, minimizando os prejuízos fisiológicos e psicológicos.
Nesse momento, é importante avaliar se existe algum comprometimento prévio do paciente em relação a função física, algo que a proposta de um programa de exercícios leva em conta, assim como o tipo de câncer que será tratado. Apesar dos estudos nessa área ainda não possuírem uma padronização, já existem pontos chave a serem pensados nesse momento.
A melhora da capacidade cardiorrespiratória (fôlego) gerada pela atividade aeróbica (caminhada, dança, bicicleta) aumenta as chances de uma indicação cirúrgica e um posterior sucesso, tanto na redução da mortalidade quanto na recuperação pós-operatória. Outro fator, mais sutil, é o aumento da confiança no sucesso do tratamento e uma maior preparação psicológica para enfrentar o desafio.
Agora vamos ao ponto mais debatido nos estudos, a atividade física durante o tratamento oncológico. As dúvidas são muitas e não há um acompanhamento sistematizado dessa situação, principalmente no que diz respeito à saúde pública no Brasil. Porém, já temos algumas informações promissoras e relevantes, tanto da literatura sobre o assunto, como do Guia já mencionado no texto anterior (VEJA AQUI). Vamos destacar os pontos mais relevantes.
Os principais tratamentos incluem a quimioterapia, a radioterapia, cirurgia, imunoterapia e terapia hormonal. São utilizados de forma isolada ou combinados, ao mesmo tempo ou em ciclos separados. Todos têm peculiaridades a serem levadas em conta, incluindo o tipo de recuperação e os efeitos colaterais.
A introdução de um programa de exercícios nesse momento terapêutico visa a recuperação e a minimização dos efeitos colaterais, que geralmente incluem náuseas, diarreia, redução da função imune, indisposição e fadiga. Temos que considerar também, nos casos de intervenção cirúrgica, o pós-operatório específico para cada caso.
A maioria dos pacientes em tratamento oncológico se queixa de um cansaço acima do normal, essa queda de energia está associada tanto a quimioterapia quanto a radioterapia e não melhoram com o descanso. Quando essa fadiga é intensa, é também limitadora e com o tempo, a inatividade gera uma perda de massa muscular.

Não existe uma rotina definida de exercícios para pacientes com câncer. O objetivo é ter um programa que ajude a manter a resistência, força muscular e flexibilidade.
Além de evidências da redução de diversos efeitos colaterais, a prática de atividades físicas foca no aumento e/ou na manutenção da força e da massa muscular, reduzindo os altos índices de mortalidade por caquexia do câncer (síndrome caracterizada por perda de peso, de força e massa muscular).
Alguns pesquisadores defendem a periodização das atividades conforme os ciclos, fazendo com que o paciente aumente sua adesão e aderência ao tratamento pois é nesse momento de maior sobrecarga física que aumenta o índice de desistência.
Definir metas simples ajuda a integrar a atividade física no seu dia a dia. A introdução de atividades divertidas, de forma alternada e que integrem a família do paciente, mantem o interesse e a regularidade do exercício.
A chave é uma rotina de atividades simples e agradável. Modalidades de relaxamento e exercícios são ferramentas poderosas no alívio do estresse e possibilitam que você se sinta mais tranquilo e confiante.
Recomendam-se programas que contenham exercícios aeróbicos (caminhar, andar de bicicleta, dançar, correr, nadar), de força muscular (musculação, pilates, exercícios funcionais) e de amplitude articular (alongamentos, YOGA, Tai-Chi)
Apesar de a prática ser geralmente considerada segura, é importante conversar com sua equipe médica antes de praticar qualquer atividade, considerado as peculiaridades já citadas
Importante: a atividade é contraindicada na presença de infecções; febre, dor intensa ou qualquer dor no peito ainda não investigada. Pessoas com sintomas de desequilíbrio devem evitar atividades mais intensas e com maior risco de queda. Pacientes com metástase óssea, ostomizados ou com osteoporose devem evitar esportes de contato físico.
Um programa de exercícios eficiente e benéfico é aquele em que a pessoa deseje fazer e seja capaz de realizá-lo.
Outro fator de contribuição é o impacto positivo na saúde mental do paciente, reduzindo e até evitando episódios relacionados a depressão e ansiedade, naturais em um momento de estresse psicológico como esse.
Uma questão interessante também é trazer de volta a autonomia de alguns pacientes que, dependendo da região acometida, experimentam redução de mobilidade e dificuldade de realização de tarefas cotidianas.
As informações aqui citadas são baseadas em Guias, não substituem a consulta a um profissional especializado, como fisioterapeutas, profissionais de educação física com ou sem foco em oncologia e médicos. Importante alinhar com seu médico e profissional que te acompanha os objetivos pretendidos na prática. Um entendimento adequado ajuda a aumentar a adesão.
No próximo e último texto desta série, iremos abordar a atividade física no pós tratamento do câncer, o panorama dos estudos na área e os obstáculos enfrentados por pacientes e profissionais.
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Quer saber mais sobre o assunto? Alguns sites ajudam a entender mais essa importante relação:
Até que ponto o exercício físico ajuda pessoas com câncer? – Oncologia Brasil
Atividade física no tratamento oncológico: por que praticar exercícios?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SPINOLA, A.V.; MANZZO, I. de S.; ROCHA, C.M. da. As relações entre exercício físico e atividade física e o câncer. ConScientiae Saúde, São Paulo, v.6, n.1, p. 39-48, 2007.
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – SBOC Atividade Física e Câncer: Recomendações para Prevenção e Controle / Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – SBOC – São Paulo: SBOC, 2022. Disponível em Recomendações prevenção e controle Acesso em: Dez 2022.
Physical Activity and the Person with Cancer. American Cancer Society, 2022. Disponível em : <Physical Activity and the Person with Cancer> . Acesso em : dez. de 2022.
Ewelyse Marques Maggio Sansana
Farmacêutica bioquímica CRF-PR 19829
Voluntária da Equipe Editorial do C.A.P.O. Bezerra de Menezes
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