O câncer repercute desde o início, até o desfecho final, nas relações entre pacientes e seus familiares, pois se trata de uma experiência sofrida, complexa e que implica numa mudança radical na vida de todos os membros da família.
Câncer é, literalmente, uma doença familiar.
Na fase inicial da investigação, paciente e família vivem juntos a experiência de uma peregrinação clínica hospitalar. Isso resulta em logísticas, consultas e exames e algumas vezes em uma diluição das economias familiares. Além disso, experimentam juntos a angústia proveniente da incerteza sobre o diagnóstico e das mudanças necessárias, caso este se confirme. Na fase do diagnóstico, as reações iniciais, especialmente, as de ordem psicológicas também são comuns a paciente e familiares. Na fase terapêutica, a mais longa, é necessária uma “reinvenção” da família oncológica, tendo em vista que, qualquer modalidade terapêutica, requer participação efetiva e presencial da família. É nesta fase terapêutica que a família sofre seus maiores impactos: mudanças de hábitos e de ambientes, inversão de papéis, conflitos internos, e as grandes perdas – de espaço, de relacionamentos, de finanças, de empregos, de projetos e de sonhos pessoais/familiares.
Nas três primeiras fases do câncer, a família inteira se curva diante desta nova realidade e se reinventa, porque existe uma esperança de que “tudo vai dar certo”. Com o passar do tempo e as dificuldades durante o processo, além da pessoa que está com o câncer os familiares começam também a “adoecer”.
O que pode ser feito para minimizar esse adoecimento do cuidador?
É muito comum os cuidadores descuidarem da sua própria saúde enquanto providenciam o melhor cuidado possível para a pessoa doente. Maus hábitos alimentares, insônia, estresse e depressão são problemas frequentemente encontrados entre os cuidadores. É importante saber que negligenciar sua saúde não é nada bom. Por isso, algumas mudanças podem ser fundamentais para ajudar a manter o equilíbrio físico e emocional pois ao cuidar de si mesmo estará mais apto e preparado para cuidar do outro.
- Mantenha bons hábitos alimentares, você precisa estar forte e saudável;
- Pratique exercícios físicos pois eles vão ajudar você a relaxar;
- Descanse quando for possível; reserve um tempo só para você nem que seja para tomar um café com um amigo, ir na manicure, escutar uma boa música;
- Mantenha pensamentos positivos;
- Faça leitura de páginas edificantes diariamente;
- Cultive o hábito da oração. A prece é um sustentáculo para a alma;
- Não se culpe por não dar conta de tudo, faça tudo com amor e confiança em Deus.

Lembre-se que Deus não coloca nos seus ombros peso maior do que possa carregar.
Em sua primeira epístola, o apóstolo Pedro ensina que devemos aceitar as provações e ir ao encontro do sentido verdadeiro do pensamento de Jesus sobre as dores terrenas. As provações não são nada diante das bênçãos que conquistamos, ao vencermos com coragem e abnegação as provas que amealhamos, seguros de que a Terra é apenas um repositório de experiências necessárias para a evolução do Espírito.
Nossa passagem pela vida corporal é extremamente importante para que possamos cumprir os desígnios de Deus, por meio de ações materiais que nos auxiliam no desenvolvimento da inteligência e da moral. No entanto, em todos os atos que realizamos, precisamos considerar que não pertencemos a este mundo e que, algum dia, retornaremos à verdadeira pátria espiritual.
Aceitemos com resignação e coragem tudo que nos acontece. Todas as dificuldades são como o esmeril que lapida a pedra – buscando revelar a nossa preciosidade, vão polindo pouco a pouco o nosso caráter e a nossa moral, eliminando os vícios e desenvolvendo as virtudes que farão brilhar a nossa luz interior.
Muita paz e confiança em Deus sempre!
Equipe editorial CAPO Bezerra de Menezes