Dores, decepções e mágoas estão presentes na vida de todo ser humano.
Alguns ficam remoendo por longo tempo estas experiências negativas que tiveram força emocional tão significativa que permanecem ativas, após muitos anos, guiando respostas emocionais atuais, posturas e escolhas.
Essas vivências podem ser “esquecidas”, quando são reprimidas ou se tornam memórias ativas que ficam sendo remoídas no consciente enquanto não são metabolizadas ou superadas.
As neurociências nos explicam que quando rememoramos algo repetidamente, como uma mágoa, um trauma ou uma experiência que nos trouxe dor e sofrimento, produzimos novamente a mesma cascata neuroquímica cerebral do evento original.
Isto significa que nos autoagredimos a cada lembrança, narrativa ou evocação interior, silenciosa, de algo que nos trouxe dor.
Por isto, o termo ressentimento traz a ideia adequada: ressentir, sentir novamente.
Aquele que cultiva o rancor não assume a sua responsabilidade naquilo que viveu ou vive, mantendo-se na postura infantil de cobrar do outro o papel de cuidador, protetor ou salvador dele. Com isso, só consegue ferir continuamente a si mesmo, ressentindo o ato agressor, vivendo o gozo perverso da autopunição decorrente da culpa inconsciente de não assumir a responsabilidade pela própria vida.
A reconciliação é o movimento libertador que aporta paz.
Ela começa quando cada pessoa envolvida em uma relação assume o papel que lhe cabe nas circunstâncias da vida e confere ao outro, respeitosamente, o direito de ser humano, comum, imperfeito, tal qual a si mesmo, desobrigando-se da expectativa e da cobrança de ser aquilo que a sua idealização projetou.
Assim, ambos ficam liberados para verem e serem vistos como verdadeiramente são e para estabelecerem laços saudáveis de trocas e partilhas sustentadas na compaixão e na amorosidade. Isso, é claro, demanda tempo e maturidade.
Ao ressignificar uma experiência, física ou emocional, mudamos a interpretação ou o foco de visão, o que produz uma mudança fisiológica, orgânica e afetiva profunda, capaz de trazer alívio e leveza.
Cada ressignificação estimula o cérebro na construção de novos caminhos ou circuitos neurais, novas rotas de conexão e mapas mentais, com amplas repercussões.
Portanto, ressignificar ou integrar uma experiência e ter percepções que ampliam a visão de uma vivência, relacionamento ou fato, produz um movimento de autocura e ampliação interior.
Ao ressignificar uma vivência emocional, mudamos então, a cascata de moléculas que essa vivência determina, mudando também a resposta orgânica.

Como então ressignificar?
A atitude de ressignificação começa com uma decisão de ser o autor e senhor da sua própria história. Quem se comporta como vítima que renuncia a seu poder pessoal. Já quem decide ser resiliente assume a si mesmo e direciona a vela do barco, independente da direção do vento.
Ressignificar implica em dar novo significado, e este é resultado de uma nova interpretação. Necessário se faz, portanto, mudar o ponto de vista, o ângulo de visão.
Quem ressignifica encontra a paz.
Nem sempre é possível ressignificar sozinho uma experiência. Às vezes é preciso o diálogo construtivo que nos permita conhecer o ponto de vista do outro e exercitar a empatia e a compaixão. De outras vezes, é necessária a ajuda profissional que oferte um olhar neutro e distanciado das emoções que cegam os envolvidos naquela experiência, favorecendo o diálogo, a percepção de outros pontos de vista, os insights de luz e sombra interior e a reinterpretação dos fatos e circunstâncias da vida.
Pedir ajuda é um ato de humildade e não representa fraqueza, antes manifesta força e grandeza, porque aquele que decide responsabilizar-se pela vida e perceber as posturas que trazem paz, qualquer que seja o tempo que necessitar para isso, é digno e demonstra maturidade diante da vida.
Andrei Moreira
Gostou do conteúdo acima?
Veja outros que podem te interessar…
- Palestras no CAPO – A Dor Como Companheira – José Maurício Martins
- Reflexões Diárias – Preces em Nosso Canal no YouTube
- Fases Emocionais Durante o Câncer
- Reflexões Diárias – Preces em Nosso Canal no YouTube
- Palestras no CAPO – Paciência e Sofrimento – Willian Petrovick
- O Papel da Atividade Física na Prevenção, Tratamento e Sobrevida do Câncer – III
- Palestras no CAPO – O Perdão – Marli Santos
- O Papel da Atividade Física na Prevenção, Tratamento e Sobrevida do Câncer – II
- Palestras no CAPO – Desequilíbrios Energéticos – Parte II – Edson Tristão
- O Papel da Atividade Física na Prevenção, Tratamento e Sobrevida do Câncer – I
- Palestras no CAPO – Prana: Vitalidade do Corpo e da Mente – Gabriela Wanderer
- A Espiritualidade Pode Ajudar os Cuidadores de Pacientes com Câncer
- Palestras no CAPO – A Importância da Positividade – Eros Asturiano
- Como a Música Pode Ajudar no Tratamento do Câncer?
- Palestras no CAPO – As Lições de Marcos, o Evangelista – Daniel Rossi
- A Importância da Empatia e da Compaixão na Jornada do Câncer
- Palestras no CAPO – Medicamento Para a Alma – Armando Menezes
- Imposição de Mãos: A Energia Que Produz Bem-Estar
- E a Vida Continua…
- Quais os Direitos dos Pacientes com Câncer – Parte 4 [REPOST]
- Previna Câncer de Intestino ao Evitar o Consumo de Carne Processada
- Quais os Direitos dos Pacientes com Câncer – Parte 3 [REPOST]
- Prevenção ao Câncer de Mama nos Homens
- Quais os Direitos dos Pacientes com Câncer – Parte 2 [REPOST]
- Carnes Processadas São Cancerígenas Segundo a OMS
- Quais os Direitos dos Pacientes com Câncer – Parte 1 [REPOST]
- Doar Sangue Ajuda Pacientes Oncológicos
- Espiritualidade – Santo Remédio [REPOST]
- Câncer de Pênis é Letal e Precisa de Tratamento Imediato.
- Como a Medicina Integrativa Ajuda no Tratamento do Câncer [REPOST]
- A Má Higienização do Órgão Genital Masculino Pode Causar Câncer
- Confia em Jesus [REPOST]
- Guia Completo da Terapia Floral de Bach – Parte 4
- Mães Que Têm Filhos Com Câncer [REPOST]
- Guia Completo da Terapia Floral de Bach – Parte 3
- Viver em Profundidade [REPOST]
- Guia Completo da Terapia Floral de Bach – Parte 2
- A Oração e a Cura de Enfermos [REPOST]
- Guia Completo da Terapia Floral de Bach – Parte 1
- Estatuto da Pessoa com Câncer – Lei nº 14.238/2021 [REPOST]
- Como Ajudar Uma ONG?
- Estou Com Câncer! E Agora? [REPOST]
- A Presença da Dor Não Impede a Vida Com Alegria
- Perda de Entes Queridos [REPOST]
- Câncer: É Preciso Mirar Também na Atitude, e Não Somente nos Tumores
- Decida Ser Feliz [REPOST]
- Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço – 27 de Julho
- Entendendo a Cromoterapia – Parte 2 [Repost]
- Doença Como Uma Oportunidade de Mudança
- Entendendo a Cromoterapia-Parte 1 [Repost]