Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
-Um sábio da antiguidade vô-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.
O Livro dos Espíritos, questão 919, Allan Kardec
Faça silêncio interior, aproveite a enfermidade para observar o que seu inconsciente está expressando no corpo físico.
Os sábios da antiguidade já diziam que não existem doenças e sim doentes. Infelizmente, hoje a Medicina se interessa mais pela doença do que pelo doente.
Amiúde, órgãos são mais importantes do que a alma; as doenças são tratadas como celebridades e os doentes ficam escondidos nos bastidores.
A enfermidade revela quem você é e o que está se passando no seu mundo interior.
A matéria é espelho da alma. O nosso corpo de agora fomos nós quem o criamos através dos nossos pensamentos e hábitos.
A doença revela o que estava escondido nos escaninhos mais secretos da nossa mente. Tudo o que estava oculto se tornou visível para o nosso conhecimento e aprendizado. Valorize essa experiência de autoconhecimento. Seja um atento observador de si mesmo. A doença não é uma inimiga a vencer, é uma professora com quem temos muito a aprender.
Faça uma endoscopia espiritual. Converse com sua doença, pergunte o que ela veio lhe mostrar.
Ninguém se cura verdadeiramente sem se olhar bem fundo com os olhos da alma.

A enfermidade nos tira do lugar comum daí porque precisamos de recolhimento íntimo, de silêncio interior para uma autoanalise serena a respeito do que temos feito da vida e para onde pretendemos chegar.
Ao encontrar Jesus na estrada de Damasco, Saulo de Tarso, o perseguidor dos cristãos, envolvido pela luz resplendorosa do Mestre, caiu em terra e perdera a visão durante três dias. A doença muitas vezes nos põe no chão, é um choque sem o qual não despertaríamos dos próprios pesadelos.
A cegueira que tomou conta de Saulo era um convite para que ele olhasse agora para dentro de si e adquirisse maturidade psíquica a fim de mudar o rumo de sua vida. E como mudou.
Aproveitemos esse encontro com Jesus através da doença – nossa estrada de Damasco – e também perguntemos com Saulo: “Senhor, que queres que eu faça?”
José Carlos de Lucca